É tempo de ofertar com a motivação certa
O ministrante da manhã, o apóstolo Sales, iniciou a preleção lembrando a Igreja sobre a necessidade de pensar sobre a nossa motivação para servir a Deus, afirmando que ultimamente tem surgido tantas doutrinas que ensinam a ofertar com motivações erradas. Na base do toma lá dá cá. Ele afirmou que aquilo que Deus deu Ele não toma de volta. Há um paradoxo quando Jesus diz: daí e ser-vos-á dado. Mas o que no deve motivar a dar não é a possibilidade do retorno. Nossa motivação deve ser o amor, o desejo de servir com nossos bens, independente do que venhamos a ter como recompensa. E citou a passagem dos três homens na fornalha ardente, que continuaram íntegros mesmo com a possibilidade de perecerem.
O Espírito Santo nos incomoda a dar, e nessa motivação fazemos sem esperar a recompensa. É assim que Deus espera que façamos. Deus cuida de nossos negócios, quando nos dá a direção. Mesmo que, aparentemente, as coisas não pareçam dar certo. Não devemos ser motivados a dar com o medo de faltar algo, porque Deus, como Pai, não deixa faltar nada aos Seus filhos. Tudo Ele provê. O apóstolo contou a experiência da provisão de Deus para a compra de um terreno para a construção de uma igreja em Governador Valadares, feita com a oferta de um membro abençoado com a descoberta de pedras preciosas no garimpo que o enriqueceu.
Essa motivação foi do Espírito Santo, não uma barganha com Deus, afirmou o ministrante, convidando a Igreja a ler Gênesis 18, o livro dos princípios, na passagem em que Abraão se sentiu motivado a receber e a ofertar aos forasteiros, os quais ele desconhecia a procedência.
Ele, sem saber quem eram os homens que recebia, deu o melhor àqueles viajantes motivado pelo amor de servir a Deus na figura de seu próximo. Recebeu aqueles homens porque estavam cansados, sem saber que eram os anjos, portadores de bênçãos de Deus. Ele fez o que nos ensina Paulo em Hebreus 13:2 “Não vos esqueçais da hospitalidade, porque por ela alguns, não o sabendo, hospedaram anjos”. Se Abraão não tivesse agido com amor na recepção daqueles anjos, não teria recebido as bênçãos, o Senhor não teria falado com ele daquela forma se ele tivesse dito aos forasteiros para seguirem em frente a buscar hospedagem.
A Bíblia mostra em vários momentos que muitos sem saber receberam anjos. E contou a experiência de receber um anjo em sua casa, ao ser abordado por um homem mal vestido que lhe pediu informação. Ele foi instigado pelo Espírito Santo a levá-lo até sua casa, quando abençoou sua família e ungiu sua casa. Contou que havia ganhado de presente de aniversário vários presentes de marcas famosas, vindos de Paris e naquele instante foi instado pelo Espírito de Deus a consagrar esses presentes e a dá-los ao homem que estava mal vestido em sua casa. Inexplicavelmente esse homem, que era bem maior que ele, se vestiu com aquelas roupas como se fora o seu próprio manequim. Ele que iria solicitar um atestado de pobreza estava vestido como um embaixador, afirmou o pastor, que constatou depois que as roupas velhas não apareceram em lugar algum e aquele homem maltrapilho não foi visto por outros a não ser por ele e sua família, que recebeu todas as bênçãos e tudo o que ele profetizou aconteceu. Ele está certo de que recebeu um anjo, enviado por Deus e a ele foi dado o melhor, motivado por Deus. Foi a bênção de Deus, o amor, afirmou. A motivação é muito importante, garantiu o ministrante, citando três exemplos: o que levou a mulher sunamita a hospedar Eliseu em sua casa? Ela era hospitaleira e assim o fez por amor, afirmou o apóstolo citando 2 Reis 4:8 8 “Sucedeu também um dia que, indo Eliseu a Suném, havia ali uma mulher importante, a qual o reteve para comer pão; e sucedeu que todas as vezes que passava por ali entrava para comer pão”. A sunamita fez um quarto para receber o profeta sempre que passasse por sua cidade. A motivação era pura, não havia interesse, pois ela não esperava nada em troca. Sua intenção era servir a Deus por intermédio de seu servo. Quando damos com amor, não olhamos para a forma como os outros fazem. Se Deus fala conosco, é assim que devemos agir, é conosco que Ele quer tratar, ensinou o pastor Sales, lembrando o episódio da sunamita em 2 Reis 8, quando ao voltar a sua terra encontrou sua terra confiscada. Ela pediu audiência ao rei e exatamente nesse momento o rei estava conversando com Geazi, o ajudante do profeta, falando justamente a respeito do que aquela mulher havia feito ao homem de Deus, ao lhe hospedar. Ela estava na hora certa, diante da pessoas certa. O que havia feito anos atrás, sem pensar em recompensa se transformou em bênçãos. A sua motivação foi o amor. É preciso saber na vida de quem investir. É preciso saber a direção a Deus. Muitas vezes investimos em pessoas erradas, mas Deus nos mostra onde semear e é a Ele que devemos atender. Espontaneamente, sem pressão, concluiu o ministrante ensinando que não devemos deixar que o espírito de Nabal, da avareza, não entre em nossas vidas e citou a história de Davi em I Samuel 25:2 -21:
2 E havia um homem em Maom, que tinha as suas possessões no Carmelo; e era este homem muito poderoso, e tinha três mil ovelhas e mil cabras; e estava tosquiando as suas ovelhas no Carmelo.
3 E era o nome deste homem Nabal, e o nome de sua mulher Abigail; e era a mulher de bom entendimento e formosa; porém o homem era duro, e maligno nas obras, e era da casa de Calebe.
4 E ouviu Davi no deserto que Nabal tosquiava as suas ovelhas,
5 E enviou Davi dez moços, e disse aos moços: Subi ao Carmelo, e, indo a Nabal, perguntai-lhe, em meu nome, como está.
6 E assim direis àquele próspero: Paz tenhas, e que a tua casa tenha paz, e tudo o que tens tenha paz!
7 Agora, pois, tenho ouvido que tens tosquiadores. Ora, os pastores que tens estiveram conosco; agravo nenhum lhes fizemos, nem coisa alguma lhes faltou todos os dias que estiveram no Carmelo.
8 Pergunta-o aos teus moços, e eles to dirão. Estes moços, pois, achem graça em teus olhos, porque viemos em boa ocasião. Dá, pois, a teus servos e a Davi, teu filho, o que achares à mão.
9 Chegando, pois, os moços de Davi, e falando a Nabal todas aquelas palavras em nome de Davi, se calaram.
10 E Nabal respondeu aos criados de Davi, e disse: Quem é Davi, e quem é o filho de Jessé? Muitos servos há hoje, que fogem ao seu senhor.
11 Tomaria eu, pois, o meu pão, e a minha água, e a carne das minhas reses que degolei para os meus tosquiadores, e o daria a homens que eu não sei donde vêm?
12 Então os moços de Davi puseram-se a caminho e voltaram, e chegando, lhe anunciaram tudo conforme a todas estas palavras.
13 Por isso disse Davi aos seus homens: Cada um cinja a sua espada. E cada um cingiu a sua espada, e cingiu também Davi a sua; e subiram após Davi uns quatrocentos homens, e duzentos ficaram com a bagagem.
14 Porém um dentre os moços o anunciou a Abigail, mulher de Nabal, dizendo: Eis que Davi enviou mensageiros desde o deserto a saudar o nosso amo; porém ele os destratou.
15 Todavia, aqueles homens têm-nos sido muito bons, e nunca fomos agravados por eles, e nada nos faltou em todos os dias que convivemos com eles quando estavam no campo.
16 De muro em redor nos serviram, assim de dia como de noite, todos os dias que andamos com eles apascentando as ovelhas.
17 Considera, pois, agora, e vê o que hás de fazer, porque o mal já está de todo determinado contra o nosso amo e contra toda a sua casa, e ele é um homem vil, que não há quem lhe possa falar.
18 Então Abigail se apressou, e tomou duzentos pães, e dois odres de vinho, e cinco ovelhas guisadas, e cinco medidas de trigo tostado, e cem cachos de passas, e duzentas pastas de figos passados, e os pôs sobre jumentos.
19 E disse aos seus moços: Ide adiante de mim, eis que vos seguirei de perto. O que, porém, não declarou a seu marido Nabal.
20 E sucedeu que, andando ela montada num jumento, desceu pelo encoberto do monte, e eis que Davi e os seus homens lhe vinham ao encontro, e ela encontrou-se com eles.
21 E disse Davi: Na verdade que em vão tenho guardado tudo quanto este tem no deserto, e nada lhe faltou de tudo quanto tem, e ele me pagou mal por bem.
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