Mateus 26: 36-46:
36 Em seguida, foi Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar;
37 e, levando consigo a Pedro e aos dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se.
38 Então, lhes disse: A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo.
39 Adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres.
40 E, voltando para os discípulos, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Então, nem uma hora pudestes vós vigiar comigo?
41 Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.
42 Tornando a retirar-se, orou de novo, dizendo: Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade.
43 E, voltando, achou-os outra vez dormindo; porque os seus olhos estavam pesados.
44 Deixando-os novamente, foi orar pela terceira vez, repetindo as mesmas palavras.
45 Então, voltou para os discípulos e lhes disse: Ainda dormis e repousais! Eis que é chegada a hora, e o Filho do Homem está sendo entregue nas mãos de pecadores.
46 Levantai-vos, vamos! Eis que o traidor se aproxima.
O bispo Roberto Marques iniciou a palavra desta noite em que celebrou com a Igreja a Santa Ceia do Senhor, afirmando que o texto lido em Mateus 26: 31 a 46 narra uma das passagens mais lindas do ministério de Jesus na terra. Ele explicou à Igreja que, logo após ter saído do cenáculo com os discípulos, Jesus sabia para onde ia, para onde se dirigia. Sabia que era chegada a sua hora: o tempo de se dar por nós. Porque Ele se deu. Ninguém tomou a Sua vida. Ele morreu na cruz do calvário em nosso lugar. Ele tinha saído de um momento de comunhão com os discípulos e sabia que naquela noite haveria de se cumprir a missão pela qual veio ao mundo. A alma de Jesus estava profundamente angustiada, por isso declarou aos discípulos que lhe acompanhava, Pedro, Tiago e João: “A minha alma está cheia de tristeza até a morte; ficai aqui, e velai comigo”. Ele pediu que orassem com Ele, pois precisava de apoio nessa hora difícil, então se afastou e começou a travar a maior batalha que já se ouviu falar no universo. Nós geralmente focamos no final: a cruz, mas o início começou no Getsemani. Cristo Jesus, triste, angustiado, tanto que o evangelista médico, narrou em seu evangelho que Jesus chegou a suar sangue. Veja em Lucas 22:44: “E, posto em agonia, orava mais intensamente. E o seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão”.
Naquele local o homem Jesus fez uma oração e nesse momento nos mostra o que é ser um servo “Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres”. Isso significa não fazer a nossa vontade, mas a vontade do Senhor.
Ele orou uma hora e pediu aos seus discípulos para interceder junto Dele, pois entraria em uma batalha. O homem Jesus, o servo Jesus na presença do Senhor expor em primeiro momento a Sua vontade: “Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade”. Ele sabia que a partir daquele momento Deus não estaria com Ele, mas contra Ele. O cálice de Sua ira seria derramado contra toda a impiedade, todo mal, todo pecado. Não era a morte física que amedrontava Jesus, mas estar bebendo o cálice da ira de Deus.
Ele orava. A vontade de Jesus era não ir para a cruz. Jesus homem sofria a angústia dessa missão. Porém agiu como servo “Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade”. Ele voltou e encontrou os discípulos dormindo, porque também eles sabiam que a hora era chegada e seus olhos lhes pesavam. Jesus acorda-os e ensina-os naquele momento a vigiar. O ministrante ponderou com a Igreja que também nós devemos estar atentos, vigiar e orar constantemente, pois a tentação é o primeiro nível de demonização. Ninguém está livre disso, por isso Jesus diz “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca”. Não adianta só orar, mas vigiar na palavra. Não podemos evitar as tentações, mas podemos nos livrar de cair nas artimanhas do inimigo. Enquanto Jesus orava, seus discípulos dormiam, então ensinou a eles: é preciso vigiar.
O bispo explicou que Jesus orou e Deus respondeu a Sua oração, como também responde as nossas. Mas nem sempre Ele as responde de forma positiva. Muitas vezes Ele diz “não”. Pelo cálice da ira de Deus Jesus pagou por todos os pecados desde o primeiro Adão até o último ser vivente. E nesse momento Deus teria de estar de costas para Seu filho.
Jesus volta novamente e ora por mais uma hora. Teve resposta negativa de Deus. Nem sempre Deus responde favoravelmente aos nossos pedidos, assim para que nossas respostas sejam segundo a vontade de Deus e não segundo as nossas, como Jesus nos mostra “Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres”, assegurou o bispo, é preciso obediência.
Não é a nossa vontade que deve prevalecer, mas a Dele. Deus quer obediência. Jesus se entregou obediente como nos mostra Paulo em Filipenses 2: 7-9:
7 antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana,
8 a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.
9 Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome.
Se formos obedientes a Deus, Ele fará o mesmo que fez com Jesus, quando lhe deu um nome acima de todos os nomes, pois quando somos obedientes, Deus nos exalta.
Cristo no Getsemani disse: está feito. Ele orou por três horas preparando-se para a batalha. Saiu dali renovado, fortalecido e em comunhão com Deus para não cair. Determinado a a obedecer a cumprir Sua missão, para a qual fora chamado. Isso nos ensina que a oração fortalece, anima, traz forças da parte de Deus. Então Ele se levanta e diz aos discípulos: “ Eis que é chegada a hora”.
E enquanto Jesus falava chegaram os guardas procurando prendê-LO. Eles procuravam por Jesus de Nazaré. Ele poderia ter dado ordens aos anjos que O livrasse, mas cumpriu a vontade do Pai, asseverou o bispo, perguntando à Igreja se também estamos dispostos a fazer a vontade de Deus, seja a que preço for.
Jesus se entregou. Mas Pedro, que ainda não estava convertido, apesar de salvo pela graça de Deus haveria de negar Jesus. O bispo explicou que a salvação se dá pela graça. É ato unilateral de Deus, mas a conversão depende de nossa vontade. Ela só pode acontecer a partir de nosso querer, reiterou o ministrante lembrando que na Igreja há muitos que ainda não se converteram, porque não abriram seu coração para que o Espírito de Deus opere.
Na sequência, Mateus narra que Pedro lança mão da espada e corta a orelha do servo do sumo sacerdote. Mas Jesus lhe adverte dizendo para embainhar sua espada, pois era necessário que aquilo se desse para as Escrituras se cumprissem. Jesus cura o seu algoz, demonstrando que devemos abençoar aos que nos perseguem. E assim nos ensina que devemos:
1- Ser vigilantes para não cairmos em tentação;
2- Ter uma vida de oração
3- Obedecer, independente de nossa vontade
4- Desejar o bem, não importa se a pessoa nos tenha feito mal.
Jesus é levado e condenado, em um julgamento que já tinha a sentença, por isso não se manifestou quando foi acusado. Como ovelha muda foi levado ao matadouro, foi chicoteado pelos nossos pecados, sofreu as nossas dores. Foi humilhado, vituperado, cuspido, escarnecido, despido e carregou a nossa cruz e nela foi crucificado de uma forma inédita: foi pregado na cruz, com cravos, diferentemente dos demais condenados que eram amarrados à cruz.
De boca fechada permaneceu até o findar da batalha: a palavra final de vitória “tudo está consumado”.
Por isso, afirmou o bispo, somos vitoriosos, porque Jesus venceu por nós no Getsemani. E independente de nossa vontade a vontade de Deus vai prevalecer. Sejamos obedientes, exortou o ministrante, porque Deus está falando aos nossos corações para que saibamos que Ele é o Senhor sobre qualquer situação e Sua vontade prevalecerá. Obedeçamos como Jesus o fez, na cruz, quando bebeu o cálice da ira de Deus para que fôssemos livres da condenação e do pecado. Deus nos chama a obediência hoje, mas não a uma obediência parcial ou temporária. Ele quer uma obediência total, irrestrita e absoluta. Ele quer nos tocar nessa noite, assegurou o bispo, não importam quais sejam os nossos erros, as nossas transgressões. Pela graça temos o perdão, falta-nos a entrega. Façamos isso!
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