O pastor João Carlos Alcântara da Silva, Secretário Executivo da ALEM, convidado a trazer a palavra, na manhã de domingo, no culto destinado às missões, iniciou com uma mensagem em uma das línguas autóctones faladas no Brasil, lembrando que vivemos em um país multi étnico e plurilíngue. A saudação feita na língua significa eu vim visitar vocês. A Missão ALÉM, instituição genuinamente brasileira tem se dedicado a fazer a tradução da Bíblia nas diversas línguas faladas no Brasil. O povo Kaiowa foi contemplado com a tradução da Bíblia em sua língua materna, informou o pastor, lembrando que esse é um trabalho da Missão ALEM.
O pastor leu o versículo João 15: em uma língua indígena desconhecida de todos os presentes e destacou que o sentimento dos 340 milhões de falantes das 1967 línguas no mundo que não têm a Palavra de Deus traduzida é exatamente o que a Igreja experimentou ao ouvir a citação do versículo em uma língua desconhecida. O pastor informou que a intenção da ALEM é levar a palavra a todos os povos, em especial aos que não têm a Bíblia traduzida. Deus é glorificado por meio de nossas vidas, afirmou o missionário, ponderando que não temos a verdadeira dimensão do significado dessa missão da Igreja. Não importa onde estivermos, Deus deve ser glorificado onde estivermos, ressaltou, lembrando a viagem missionaria de Paulo, destacando o versículo 4:13 destinado aos Filipenses, quando o apóstolo reforça o verdadeiro sentido de sua missão de propagador do evangelho. O pastor refletiu com os presentes que a Igreja, muitas vezes faz uma interpretação com tendência positiva deste versículo, quando Paulo está afirmando que não importam as circunstâncias que vivemos, tudo deve ser para a glória de Deus. Passemos privações ou fartura, podemos todas as coisas em Cristo. Até mesmo viver as privações. O pastor lembrou a condição do Brasil, que ostenta a condição de ser a oitava economia do mundo, mas ainda tem milhões de pessoas miseráveis. Uma Igreja de celebração e de pouca ação tem contribuído para a manutenção desse status quo. O pastor informou que dois terços dos brasileiros são cristãos ou convivem com o cristianismo, mas um terço ainda, ou não conhece a palavra de Deus. A empresa Coca-Cola tem feito muito mais do que a Igreja, pois há mais pessoas bebendo o seu conteúdo no mundo do que pessoas bebendo da Água da Vida, ponderou o pastor, lembrando que há centenas de povos esperando ouvir a Palavra na sua língua. Jesus continua fazendo o apelo: Os campos estão brancos e é grande a seara, mas faltam trabalhadores. A seara continua grande, mas poucos estão dispostos a trabalhar, afirmou o missionário, lembrando o número dos evangélicos no Brasil. O que estamos fazendo, perguntou o missionário, citando a parábola dos talentos, reiterando que Deus tem dado muito à Igreja brasileira. A Igreja brasileira precisa cumprir de fato a sua missão, pelo muito que tem recebido. Ela não está cumprindo a sua missão primeiro por conta da Teologia da Prosperidade. Deus não é contra a prosperidade, mas a prosperidade pela prosperidade leva a Igreja a ser egoísta e contrasta com a Teologia da Cruz e da Teologia da Missão. Falta compreensão do verdadeiro sentido da missão. Falta uma Teologia da Missão, clara e inequívoca, para não se chegar à idéia de que nem tudo é missão. Missão passou a ser um evento e não a essência da Igreja. O jeitinho brasileiro é outro ponto que interfere no verdadeiro trabalho missionário. A mulher
A secularização da Igreja também tem contribuído para isso, além de outras razões, como a síndrome de pavão, afirmou o pastor, pois muitos líderes pensam que se bastam e olham apenas para si mesmos. Muitos não estão conectados com o sentido da missão da Igreja. O despertamento da vocação não é abordado nas igrejas, afirmou o pastor e isso se soma à acomodação de uma geração sem propósitos em relação ao chamado de Jesus.
Icabord, foi-se a glória de Deus, exprimiu o pastor, conclamando a Igreja a não deixar que isso aconteça na Igreja Brasileira e exortando a todos a cumprir o seu papel na grande comissão.
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