É tempo de viver na presença de Deus
Números 17
1 Disse o SENHOR a Moisés:
2 Fala aos filhos de Israel e recebe deles bordões, uma pela casa de cada pai de todos os seus príncipes, segundo as casas de seus pais, isto é, doze bordões; escreve o nome de cada um sobre o seu bordão.
3 Porém o nome de Arão escreverás sobre o bordão de Levi; porque cada cabeça da casa de seus pais terá um bordão.
4 E as porás na tenda da congregação, perante o Testemunho, onde eu vos encontrarei.
5 O bordão do homem que eu escolher, esse florescerá; assim, farei cessar de sobre mim as murmurações que os filhos de Israel proferem contra vós.
6 Falou, pois, Moisés aos filhos de Israel, e todos os seus príncipes lhe deram bordões; cada um lhe deu um, segundo as casas de seus pais: doze bordões; e, entre eles, o bordão de Arão.
7 Moisés pôs estes bordões perante o SENHOR, na tenda do Testemunho.
8 No dia seguinte, Moisés entrou na tenda do Testemunho, e eis que o bordão de Arão, pela casa de Levi, brotara, e, tendo inchado os gomos, produzira flores, e dava amêndoas.
9 Então, Moisés trouxe todos os bordões de diante do SENHOR a todos os filhos de Israel; e eles o viram, e tomou cada um o seu bordão.
10 Disse o SENHOR a Moisés: Torna a pôr o bordão de Arão perante o Testemunho, para que se guarde por sinal para filhos rebeldes; assim farás acabar as suas murmurações contra mim, para que não morram.
11 E Moisés fez assim; como lhe ordenara o SENHOR, assim fez.
12 Então, falaram os filhos de Israel a Moisés, dizendo: Eis que expiramos, perecemos, perecemos todos.
13 Todo aquele que se aproximar do tabernáculo do SENHOR morrerá; acaso, expiraremos todos?
A ministrante da noite, a missionária Edméia Williams, é presidente do Ministério Atos 29 e fundadora e de um projeto social com crianças carentes no Morro Dona Marta , na zona Sul do Rio de Janeiro.
Depois de ler o capítulo 17 do livro de Números, a missionária explicou à Igreja o contexto em que essa narrativa se desenrolava. Ela lembrou que, quando Deus disse ao povo de Israel que o tiraria do Egito e o levaria a uma terra que mana leite e mel, o povo não ia sozinho. Deus estava à frente. E entre o Egito e a Terra Prometida havia um deserto. Deserto não é lugar agradável, afirmou a ministrante. É lugar em que muitos desistem. É lugar inóspito. Quando estamos no deserto estamos enfrentado lutas e adversidades, assegurou citando Cânticos 8:5a “Quem é esta que sobe do deserto, e vem encostada ao seu amado?”. E nesses versículos que ela considera belo e significativo, apreendeu que para atravessar o deserto é preciso estar encostado no seu amado. Se estamos encostados em Deus, Ele nos sustém. Se estamos apoiados em Deus, Ele nos segura. E Deus completa a obra que começou, asseverou. Se Ele nos chamou, Ele vai completar, garantiu, retomando o texto em epígrafe e explicando que naquele momento Deus estava fazendo uma escolha dentro do povo escolhido. Ele começa a apontar líderes. Levando em consideração que ninguém é melhor do que ninguém, mas era preciso separar aqueles que liderariam os demais. Deus escolhe e o povo não aceita. Assim, fala da rebelião e das murmurações do povo. A ministrante afirmou que Arão não tinha um currículo invejável, não era alguém que ela escolheria para trabalhar com ela. Mas Deus o escolheu. Mas quem é melhor? Perguntou, lembrando Romanos 3:23 “pois todos pecaram e carecem da glória de Deus”.
A ministrante explicou que morreram 14.700 pessoas por causa das murmurações contra Deus e seus servos escolhidos.
O povo continuava pecando e Deus toma posição e diz a Moisés que mostraria que era Ele quem escolheria. Então, das doze tribos de Israel, cada chefe deveria pegar o seu bordão: uma vara na qual eles se apoiavam.
O Senhor mandou que os príncipes de cada tribo levassem seus bordões a Moisés. E disse que Arão representaria a tribo de Levi, explicou a missionária , considerando que o líder da rebelião foi um primo de Arão, um levita da mesma família (veja Números 16:1 e Êxodo 6:18,20,21). Entre os levitas, Deus escolheu a casa de Coate para cuidar das coisas santíssimas (Números 4:2), mas Corá não estava contente com esse papel. Ele cobiçou a posição de seu primo, e tentou assumir uma posição que Deus não lhe deu. A primeira lição que Deus ensinou no capítulo 17 foi esta: Arão deve ser respeitado como líder dos levitas. Depois Moisés recolheu as varas e as colocou no tabernáculo, diante do Senhor. Deus disse que o bordão do homem escolhido floresceria. É claro que isso seria um milagre e um sinal de Deus, mostrando qual tribo foi selecionada para representar o povo na presença dele. Moisés voltou no dia seguinte e achou onze bordões normais. Mas o cajado de Arão, porém, brotou, produziu flores e perfumou! Uma vara viva não faria tudo isso numa noite só, muito menos uma morta! Deus claramente afirmou a sua escolha, para acabar com a rebeldia e as murmurações do povo de Israel.
A missionária reiterou a perplexidade do povo: como! Uma vara sem seiva, cortada, morta, florescer? E, pior! A vara de Arão ter brotado, produzido frutos e perfume. Isso era demais! Justo Arão, um sujeito sem caráter, trapaceiro, mentiroso. Um currículo sem motivos para se orgulhar, reiterou, levando a Igreja a ler a passagem de Êxodo 32, quando Moisés sobe para buscar a presença de Deus por 40 dias e deixa Arão na congregação. Este liderou o povo para fazer o bezerro de ouro, para o qual erigiu um altar. Quando Moisés voltou e viu que o povo estava sem controle, ele quebrou a tábua da lei para demonstrar que a aliança estava desfeita. E ao questionar Arão sobre a idolatria concebida na sua ausência, Arão se eximiu da culpa, atribuindo-a ao povo, como se lê nos versículos 21 a 24 de Êxodo. A culpa foi do povo, não dele que instruiu o pecado contra o Senhor.
A ministrante indagou à Igreja: você queria um homem desse do seu lado? Ninguém gostaria de ter um hipócrita do lado, mas Deus escolheu esse homem. Alguém que não escolheríamos, reafirmou a ministrante, assegurando que todos nós somos escolhidos de Deus. Antes mesmos que soubéssemos de Deus, Ele sabia de nós. Não fomos nós que escolhemos Deus, mas Deus nos escolheu. A missionária exortou a Igreja a se gabar do amor de Deus, lembrando a atitude de João. Em nenhum momento na Bíblia está escrito que Jesus afirmou que João ou qualquer ouro discípulo era amado. Mas João se intitulava assim: “eu sou discípulo amado”. É só ele que diz isso, afirmou, asseverando que nós não podemos nos gabar de nosso amor por Deus. Mas podemos sim, nos gabar do amor de Deus por nós. Ele é louco por você, afirmou a missionária. Ele ama o seu filho, como afirma em Mateus 3:17 “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”. Mas Ele entregou Jesus por nossa causa. Nos não sabíamos nada a respeito de Deus, mas Ele sabia tudo a nosso respeito. Antes da fundação do mundo, Ele escolheu e nos predestinou como filhos na adoção por meio de Jesus Cristo. Milhares de anos Ele esperou e planejou. A ministrante afirmou que Ele escolheu nosso pai, nossa mãe, mesmo sendo uma prostituta, uma mãe solteira. Ninguém tem nada com isso, foi escolha Dele, que tem um plano em nossa vida. A missionária enfatizou que provavelmente nossa história de família não deve ser pior do que a de Jesus. Ele era conhecido por ser filho de uma mãe solteira, afirmou relembrando a passagem da concepção de Maria. Se olharmos a genealogia de Jesus, veremos que ali tinha de tudo: de dona de prostíbulo a adúltero. Mas a Bíblia diz que Deus nos formou desde o ventre de nossas mães. Ali, Ele nos teceu. E tecer é articular os fios, explicou. A figura, o resultado final já está na mente do artesão, então, assegurou, fomos tecidos no ventre de nossa mãe, segundo os planos de Deus para nós. Jesus foi tecido no ventre de Maria, e Deus não pediu licença para isso. Seu pai não o escolheu, nem sua mãe, da mesma forma que você não escolheu seus pais, garantiu a ministrante. Deus escolheu por você e quando você não aceita isso, está entrando em rebelião como o povo de Israel.
Temos um homem a quem não escolheríamos, assim como provavelmente não seríamos escolhidos, ponderou a missionária, explicando que Israel era o povo eleito não por ser o melhor, mas justamente pelo contrário, porque, como afirma Paulo em 1 Coríntios 1:27 “pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes”. Por isso ele escolheu você, garantiu a ministrante. Então, exortou, pare de ficar decepcionado com as pessoas, porque elas não fazem o que você quer que elas façam. Elas não estão aqui para isso, mas para a glória de Deus, assegurou, conclamando a Igreja a aprender a olhar para as pessoas de outro modo, porque embora elas não valham um tostão furado para nós, Deus as escolheu e isso basta.
A vara de Arão floresceu porque Deus escolheu, reafirmou, lembrando que isso aconteceu na presença de Deus. Quantas vezes fazemos um oba-oba e nos esquecemos de que podemos ouvir todas as palavras de vitória, mas como escolhidos de Deus, se nossa vida não permanece em Sua presença, nada vai acontecer. Vamos correr atrás de bênçãos e elas não acontecerão. A benção é que correrá atrás de nós, se estivermos na presença de Deus.
A ministrante contou que há alguns anos amarrou uma fita em dois de seus dedos e era constantemente inquirida sobre o porquê daquilo, ao que ela sempre respondia: “coisa minha com Deus e assim ficou por uns oito meses. Em um momento, ela descobriu que havia uma lacuna terrível em sua vida: dizia da boca para fora que Deus era onipresente e muitas vezes se esquecia de Sua presença. Assim decidiu amarrar os dedos para se lembrar da presença de Deus toda vez que olhasse para eles. Desse modo aprendeu a desenvolver-se na presença de Deus. Foi quando sua vida espiritual decolou, contou à Igreja. Qualquer coisa que estivesse por fazer lembrava-se “Deus está aqui”.
E assim permanecer na presença de Deus. E Ele lhe respondia “Eu estou dentro de você”. A partir daí passou também a ter cuidado com os pensamentos, pois Deus estava lá.
O segredo está na permanência, assegurou “Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” afirmou, citando João 8: 31b-32. Se somos do signo de Cristo é porque a palavra permanece em nós. Essa verdade é que liberta. Não é a oração. Se procuramos a libertação que vem pela verdade, a oração pode nos ajudar. Mas a criar vergonha e a andar na presença de Deus. Não pela imposição de mãos. Jesus nos ensinou a abrir a boca e a orar, mas há pessoas que dizem orar sem pronunciar palavras para que o diabo não as ouça. O diabo não é onipresente, assegurou, então deixemos disso e façamos o que Jesus nos ensinou.
A ministrante lembrou também de pessoas que se dizem solitária. Como solitárias? Quem tem a Jesus não pode ter solidão porque Ele mesmo disse que estaria conosco até o final. Solidão acontece quando estamos cercados de pessoa, mas estamos impedidos de ter alguém a quem queremos do lado. As pessoas podem nos deixar, mas não Jesus. Portanto, é tola a pessoa que se sente sozinha, se Jesus é presença constante na vida de quem escolheu.
A ministrante assegurou que nossa vida vai florescer, frutificar, perfumar quando permanecermos na presença de Deus. Mesmo com um currículo com péssimas credenciais Arão foi escolhido por Deus. Assim como nos escolheu. Por que? Não se sabe. Coisas de Deus.
A ministrante contou um episódio de sua vida, quando pressionada por marginais armados de metralhadora a ameaçaram de morte. Ao que ela respondeu “podem me matar, eu posso morrer, mas vocês não”. Essa segurança vem de quem tem Jesus e certeza da salvação. No trabalho que faz há anos no Morro Dona Marta, em Botafogo, favela conhecida até 2004, por sua violência, ela conta que ali havia vários centros de macumba. Mas acabaram-se os centros e hoje, a favela foi tirada da lista das mais violentas e caiu nas graças do governador que declarou que essa favela seria modelo para todo o Brasil. Ali, onde a missionária desenvolve um trabalho há mais de 14 anos. Por quê? Perguntou, afirmando em seguida: por conta da oração. Deus responde a oração. Mas não tem que explicar os Seus planos. Ele age como lhe apraz. O que o homem tem que fazer é obedecer. E ela obedeceu. Trabalhou no Morro sem questionar. Apenas foi e fez seu trabalho. Hoje colhe os frutos, porque Deus a ama, gaba-se.
Se muitos não dariam nada pela sua vida, Deus deu-lhe Seu único filho, afirmou exortando a Igreja a parar de choramingar. Deus nos deu o máximo: o Seu reino.
A missionária lembrou que Jesus, em sua estada na terra, fez coisas extraordinárias, sobrenaturais para nossa compreensão, porém normais para Ele: ressuscitou mortos, multiplicou alimentos, curou enfermos acalmou as ondas, serenou os ventos. Na Sua voz havia algo diferente, no entanto, nenhum discípulo lhe pediu que ensinasse a ressuscitar algum morto, o que seria um pedido natural, entretanto, pediram-lhe que os ensinassem a orar. Aqueles discípulos viram algo muito especial na oração de Jesus. Veja que ao ensinar, Ele disse a eles que chamassem Deus de pai. Os discípulos se assustaram: pai? Sim, mas se o filho é quem diz isso, então quem mais poderia conhecer os desejos do pai, senão o filho?
Assim ela nos ensinou também a tratar a Deus com essa intimidade. Levantar de madrugada e clamar pelo Pai. Jesus nos ensinou em Mateus 6:6 “Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.” Como é possível ainda existir pessoas que dizem sentir solidão. Não com esse pai, assegurou!
A missionária destacou enfaticamente que a vara de Arão, do escolhido de Deus floresceu, porque permaneceu na presença de Deus durante a noite, explicando que noite significa tempo de provação, de sofrimento, de perdas. Quantos de nós nos momentos de trevas começamos a reclamar. Deus não tem medo das trevas, afirmou, citando o livro de Gênesis 22: 2, quando Deus disse a Abraão “Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi”. Imagine que o coração desse pai sangrava porque ele em obediência a Deus iria entregar seu filho da velhice em holocausto.ele não sabia que Deus, do outro lado do monte já havia providenciado o cordeiro para morrer no lugar de seu filho. Assim como nós também não sabemos quando Deus, nas horas difíceis, providencia o nosso livramento, pois está constantemente olhando para nós e por nós.
A Bíblia diz que o Espírito Santo levou Jesus para o deserto para ser tentado pelo diabo. Mateus 4: 1 “Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo”. Ele sabia que Jesus estava em jejum, portanto, sentiria fome, “E chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães”. (Mateus 4: 3). Qual foi a tentação imposta? A dúvida, assegurou a ministrante. A primeira coisa que o inimigo faz é lançar a dúvida sobre quem somos. Muitas vezes ouvimos dizer “ se você é filho de Deus por que está passando por isso?” Nós mesmos nos questionamos, ou ouvimos isso de outras pessoas. O diabo planta a dúvida no coração. E aí, começamos a vacilar: será que sou mesmo filho? Por que fulano ora e é atendido e eu não? Questionamos. A primeira tentação vem em cima da proposta de Deus na nossa vida. Observe que, antes de Jesus subir ao monte para ser tentado, Ele havia ouvido de Deus a confirmação de Sua condição de filho amado. Lemos em Mateus 3:16-17 “E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele. E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”.
Jesus não aceitou a sedução do diabo, “respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”. (Mateus 4: 4), mostrou a missionária, conclamando a Igreja a não aceitar nenhuma insinuação que nos leve a duvidar de nossa condição de escolhido. Não há nada que justifique isso, mas se Ele nos escolheu devemos segurar a bênção. É preciso que saibamos disso, reiterou a missionária, voltando a citar a passagem de Mateus 4: 6 em que o diabo transporta Jesus à cidade santa, e o coloca-o sobre o pináculo do templo e “disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te de aqui abaixo; porque está escrito: Que aos seus anjos dará ordens a teu respeito, E tomar-te-ão nas mãos, Para que nunca tropeces em alguma pedra”. Ressaltando que Jesus poderia perfeitamente seguir esse conselho, pois assim sairia em posição invejável sobre aqueles que duvidavam de sua divindade. Ele seria visto lá de baixo flutuando, pois os anjos o segurariam e não seriam vistos. Essa situação sobrenatural poderia encantar os incrédulos e ensejar reconhecimento e glórias. Mas Jesus colocou o diabo em seu lugar, deixando claro que não precisava de seus conselhos: “Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus”. (Mateus 4: 7)
Assim, a ministrante indagou á Igreja sobre o motivo de Jesus ter sido levado ao deserto. Para poder dizer não à tentação, afirmou, motivando os ouvintes a aprender a dizer não á tentação. Nas horas de tentação, nas horas de trevas precisamos permanecer na presença de Deus.
A missionária contou um fato de sua vida que a levou a compreender a mensagem do tão conhecido e recitado Salmos 23. Ela entrou em um desses ônibus com ar condicionado, em pleno calor do Rio de Janeiro e, ao se instalar confortavelmente em duas poltronas, agradeceu a Deus por aquela condição, trazendo a mente o versículo primeiro desse salmo “O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará”. Nesse instante, ela teve a revelação do sentido dessa expressão e compreendeu: “se nada me faltará, então não me faltará alegria, mas também não faltará tristeza; não me faltarão situações difíceis também”, ponderou. O salmo diz: o Senhor é meu pastor, mas também diz que podemos passar pelo vale da sombra da morte. Ela, então afirmou que andar em vitória, segundo a fé, é reconhecer que teremos dificuldades, mas que elas serão vencidas. Pastor é o que cuida das ovelhas, o que provê tudo: tira carrapichos, mas também puxa orelha. O salmo diz também que teremos inimigos. E o inimigo coloca veneno em nosso cálice, afirmou, lembrando que muitos recitam o salmo 23, conhecem o salmo do pastor, mas não conhecem o pastor dos salmos.
E assim reafirmou que não somos melhores do que ninguém, nem pior do que Moisés e Arão, mas somos escolhido e isso é o importante. Em nós não existe o melhor ou o pior. Existem fases e o segredo é permanecer na presença de Deus.
A missionária mencionou o seu livro: Tesouros Escondidos, lembrando que tesouro só é tesouro porque está escondido. Não encontramos tesouros nas lojas, nas ruas, nas esquinas, ponderou. Acontecimentos e sentimentos aparentemente negativos podem transformar-se em grandes tesouros. Tesouros são sempre encontrados em cavernas escuras, tenebrosas, e em minas de difícil acesso. Quanto mais precioso é o tesouro tanto mais difícil será encontrá-lo. Qualquer caçador de tesouro crê, antes de tudo, que o tesouro existe, e essa fé o leva a tomar as medidas cabíveis para trilhar o caminho até à mina. O caçador conhece as dificuldades, ele traça mapas, compra machadinha para cavar e tudo o mais que é necessário, e nunca desiste no caminho, porque ele sabe que é penoso, mas, no final, encontrará o tesouro. Por isso vale à pena.Quando Deus nos diz que os tesouros estão escondidos, as cavernas escuras onde eles estão são as inúmeras dificuldades que deveremos enfrentar ao longo da nossa vida. São dificuldades que chamamos “vale da sombra da morte”. E essas cavernas são nossas perdas, quebra de relacionamentos, um momento horrível, explicou, enfatizando que os nossos planos podem ser frustrados, mas o de Deus não. Existem muitas cavernas escuras, mas em todas elas existem tesouros.
A missionária levantou a questão que muitos colocam: se existe a revelação, confirmada nas palavras de Paulo em I Coríntios 14: 3-5 “Mas o que profetiza fala aos homens, para edificação, exortação e consolação. O que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja. E eu quero que todos vós faleis em línguas, mas muito mais que profetizeis; porque o que profetiza é maior do que o que fala em línguas, a não ser que também interprete para que a igreja receba edificação”, então por que Jesus se revela a uns e não a outros? Ela respondeu lembrando a passagem dos discípulos a caminho de Emaús, considerando o quanto aqueles homens estavam desapontados. Depois de deixarem tudo para seguir o Mestre, eles voltavam para casa de mãos vazias, arrebentados, desacreditados. Já se passavam 3 dias e nada havia acontecido. Mas nessa passagem Lucas narra a caminhada de Jesus com aqueles dois:
Lucas 24: 13-32
13 “E eis que no mesmo dia iam dois deles para uma aldeia, que distava de Jerusalém sessenta estádios, cujo nome era Emaús.
14 E iam falando entre si de tudo aquilo que havia sucedido.
15 E aconteceu que, indo eles falando entre si, e fazendo perguntas um ao outro, o mesmo Jesus se aproximou, e ia com eles.
16 Mas os olhos deles estavam como que fechados, para que o não conhecessem.
17 E ele lhes disse: Que palavras são essas que, caminhando, trocais entre vós, e por que estais tristes?
18 E, respondendo um, cujo nome era Cléopas, disse-lhe: És tu só peregrino em Jerusalém, e não sabes as coisas que nela têm sucedido nestes dias?
19 E ele lhes perguntou: Quais? E eles lhe disseram: As que dizem respeito a Jesus Nazareno, que foi homem profeta, poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo;
20 E como os principais dos sacerdotes e os nossos príncipes o entregaram à condenação de morte, e o crucificaram.
21 E nós esperávamos que fosse ele o que remisse Israel; mas agora, sobre tudo isso, é já hoje o terceiro dia desde que essas coisas aconteceram.
22 É verdade que também algumas mulheres dentre nós nos maravilharam, as quais de madrugada foram ao sepulcro;
23 E, não achando o seu corpo, voltaram, dizendo que também tinham visto uma visão de anjos, que dizem que ele vive.
24 E alguns dos que estavam conosco foram ao sepulcro, e acharam ser assim como as mulheres haviam dito; porém, a ele não o viram.
25 E ele lhes disse: O néscios, e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram!
26 Porventura não convinha que o Cristo padecesse estas coisas e entrasse na sua glória?
27 E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras.
28 E chegaram à aldeia para onde iam, e ele fez como quem ia para mais longe.
29 E eles o constrangeram, dizendo: Fica conosco, porque já é tarde, e já declinou o dia. E entrou para ficar com eles.
30 E aconteceu que, estando com eles à mesa, tomando o pão, o abençoou e partiu-o, e lho deu.
31 Abriram-se-lhes então os olhos, e o conheceram, e ele desapareceu-lhes.
32 E disseram um para o outro: Porventura não ardia em nós o nosso coração quando, pelo caminho, nos falava, e quando nos abria as Escrituras?
A missionária explicou que os discípulos só tiveram a verdadeira visão e a revelação de quem era aquele homem que caminhava com eles, quando se assentaram à mesa. Jesus só se revela a quem se assenta com Ele, afirmou condenando a atitude de muitos que ficam nas igrejas procurando profecias como quem vai aos centros em busca de passe, ou de mágica para a solução dos problemas. E assim exortou a Igreja a procurar a revelação que Deus tem guardado para nós. Precisamos saber que nossa espiritualidade depende da estatura em Cristo. No entanto muitos agem como se vitória fosse ter um carro novo, dinheiro, casa, promoção. Se vitória é isso, os ímpios são os vitoriosos. Mas a nossa vitória é a salvação em Cristo Jesus. E para isso fomos escolhidos. Então nossa vara tem que florescer, enfatizou. Portanto, temos que permanecer todos os dias na presença de Deus e principalmente à noite, porque é quando a vara floresce, concluiu, instando a Igreja a pedir perdão por pecados tais como visitar sites pornográficos, assistir a filmes que não agradam a Deus, dar lugar aos desejos ditados pela carne. E desse modo afirmar diante do Pai que não queremos mais praticar tais coisas, nem mesmo em pensamentos.